domingo, 4 de dezembro de 2011

AS MITOLOGIAS AFRO E GREGA


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AS MITOLOGIAS AFRO E GREGA


A orientação objetiva da mente humana criou a necessidade do homem pesquisar para dar o desenvolvimento à inteligência, que é uma satisfação dessa necessidade.
Dentro da vocação de cada um, o homem busca o seu desenvolvimento inteligente para dar expansão naquilo que ele pensa, que deve fazer para o bem de uma certa coletividade.
Entretanto este nosso tema não é em todo um tratado sobre a mitologia ou as religiões, porém apenas cuidamos de estudar, pesquisar, dando à nossa interpretação, quer científica, quer religiosa ou filosófica, referente às lendas, cuja citação já apresentamos nos capítulos: Ponto de Fogo, Astronautas Pré-históricos. E aqui A Lenda da Mulher-Peixe.
Continuamente procuramos mostrar aos Irmãos umbandistas o conhecimento analógico através das lendas; tentamos também explicar o porque das lendas, pois, mesmo antes do aparecimento de qualquer escola racionalista, sempre o homem se preocupou em conhecer o mistério de sua origem, de certos fenômenos, e sobre tudo de seu fim, seu Destino.
Sobre as lendas, de onde vieram? Têm algum fundamento na verdade ou são apenas sonhos da imaginação? Pois dizemos que todas lendas têm seu fundamento de verdade.

Os filósofos têm aventado sobre o assunto em diversas teorias.

1a - Teoria Bíblica - De acordo com esta teoria, todas as lendas mitológicas têm sua origem nas narrativas das Escrituras, embora os fatos tenham sido distorcidos e alterados; porém a verdade é que cada povo ou geração tem a sua lenda.

Assim, Deucalião é apenas um outro nome de Noé, Hércules de Sansão, Áriom de Jonas, etc...
Sir Walter, em sua História do Mundo, diz: Jubal Tubal e Tubal Caim são Mercúrio, Vulcano e Apolo, inventores do Pastoreio, da Fundição e da Musica. O Dragão que guarda os pomos de ouro, era a serpente que enganou Eva. A torre de Nemrod foi a tentativa dos Gigantes contra o Céu. Há sem dúvida, muitas coincidências curiosas como estas, mas a teoria não pode ser exagerada até o ponto de explicar a maior parte das lendas, sem se cair no contra-senso.


a - Teoria Histórica - Por essa teoria, todas as personagens mencionadas na mitologia foram seres humanos reais e as lendas e tradições fabulosas à elas relativas são apenas acréscimos e embelezamento, surgido em épocas posteriores. Assim a história de Éolo, rei e deus dos ventos, teria surgido do fato de Éolo ser o governante de alguma ilha do Mar Tirreno, onde reinou com justiça e piedade e ensinou aos nativos o uso da navegação à vela e como predizer, pelos sinais atmosféricos, as mudanças do tempo e dos ventos.
Cadmo, que segundo a lenda, semeou a terra com dentes de dragão, dos quais nasceu uma safra de homens armados, foi na realidade um emigrante vindo da Fenícia, que levou à Grécia o conhecimento das letras do alfabeto, ensinando-o aos naturais daquele país.
Desses conhecimentos rudimentares nasceu a civilização que os poetas se mostraram sempre inclinados a apresentar como a decadência do estado primitivo do homem, a Idade do Ouro em que imperavam a inocência e a simplicidade.

3a - Teoria Alegórica - Segundo essa teoria, todos os mitos da antigüidade eram alegóricos e simbólicos, contendo alguma verdade moral, religiosa ou filosófica, ou algum fato histórico, sob a forma de alegoria, passaram a ser entendidos literalmente. Assim Saturno que devora os próprios filhos, é a mesma Divindade que os gregos chamavam de Cronus, (os cultos Afro têm um Orixá, chamado Tempo) que pode-se dizer, na verdade destroi tudo que ele próprio cria.
4a - Teoria Física - Para esta teoria, os elementos ar, fogo e água, originalmente objeto de adoração religiosa, sendo as principais Divindades personificadas nas forças da natureza. Foi fácil a transição da personificação dos elementos para a idéia de seres sobrenaturais, dirigindo e governando os diferentes objetos da natureza. Antigos povos, os gregos acreditavam que toda a natureza era povoada por seres invisíveis, e que todos os objetos, desde o Sol e o Mar até a menor fonte ou riacho, estavam entregues aos cuidados de alguma Divindade e atributos particulares.
Entretanto, todas as teorias acima mencionadas, são verdadeiras até certo ponto, no qual nos podemos igualá-las dentro dos princípios de nossa religião. Seria portanto, mais correto dizer-se que a Mitologia de uma geração ou nação vem de todas àquelas fontes combinadas e não de uma só em particular. Há muitos mitos originados pelo desejo do homem de explicar fenômenos naturais que ele não pode compreender e que não poucos surgirão de desejo semelhante de explicar a origem de nomes de lugares e pessoas.



IEMANJÁ (VÊNUS - AFRODITE)



Aqui apresentamos coletâneas das magníficas lendas do culto Afro e mitologia grega.
Demonstramos que Afrodite, Vênus, deusa das lendas gregas, é a mesma Iemanjá (Sereia) dos cultos Afros, na certeza de quem ler com atenção, julgará conosco essa exortativa comparação.
Iemanjá era conhecida pelos romanos como Vênus, enquanto que os gregos a conheciam como Afrodite.

Vejamos como nos é oferecido Vênus:
Vênus era muito cultuada na Grécia, onde lhe foram erigidos numerosos templos. Seus alimentos eram cisnes, pombos, pássaros e lebres, lhes eram consagrados e oferecidos em sacrifícios. Seus altares eram ornados com flores, especialmente rosas, e lhes eram oferecidos frutos perfeitos e sazonados, sendo-lhe especialmente consagradas a maçã e a romã. No antigo Império Romano, principalmente em Veneza, nos rituais dedicados à Afrodite, o seu povo lançava às águas um anel de ouro, rosas, etc...

Vejamos agora Iemanjá, como todos sabem é a divindade das águas verdes, salgadas, ela leva um leque e bracelete de metal prateado, ela dança interpretando o movimento das águas agitadas. É considerada por muitos a Mãe de todos os Orixás, pois vê crescer, ano a ano, o número de seus adeptos, no Brasil é considerada pelos Umbandistas, a Rainha do Mar, Protetora da família, cultuada aos sábados e fim de ano nas praias.
No entanto, dentro do sincretismo Católico-Umbandista, ela é N. S. da Glória, festejada à 15 de Agosto no Rio de Janeiro e N. S. da Conceição na Bahia.
Porém o sincretismo não passa de um fenômeno de fé, e não tem influência na filosofia dos Cultos Afro-brasileiros; no entanto o sincretismo de Oxalá com Jesus, este já explicamos dentro da Cabala, Jesus e Oxalá é a mesma divindade, isto é, a 2a pessoa da Trindade Divina do Culto do Omolocô.
Iemanjá tem seu fetiche, que é a concha marinha. Sua insígnia, um leque (abebê)
Os alimentos consagrados são pombo branco, milho, galo branco, ovelha branca, cabra branca, camarão azeite de dendê, leite de coco, como podemos ver, desde as mais antigas civilizações do mundo, Iemanjá já era cultuada nos mares onde tem o maior e melhor alimento da vida, que é o Sal.
As oferendas consagradas às Divindades, podem ser cruentas ou incruenta, segundo a necessidade de derramamento de sangue ou não; o seu nome é Efó(sacrifício) que se fazem às divindades.
Os antigos hebreus, também os novos, ainda praticam estes rituais secretamente dentro da cabala; dão nome de Nedaboh (vindo a palavra do verbo Nadah - agir espontaneamente).
Noé também deu oferendas quando saltou da barca, depois do dilúvio, oferecendo num altar ao Senhor, ao pé do Monte Ararat animais e aves puras em holocausto sobre este altar.
Gênesis 8, 20
No Novo Testamento, é bastante conhecida a oferta de ouro, mirra e incenso pelos Três Reis Magos ao Menino Jesus.
E agora perguntamos: Iemanjá - Vênus - Afrodite, devem ser consideradas como uma só divindade?
Para nós julgamos ser uma só, sob nomes diferente.



A LENDA GREGA DE VÊNUS



Sob o nome Romano de Vênus e o grego de Afrodite, esta deusa foi uma das divindades mais cultuadas na antigüidade.
Não nasceu do ventre de nenhuma mulher, deusa ou mortal; surgiu da espuma do mar, fecundada pelo sangue de Urano, o Céu, que foi sacrilicamente emasculado por seu filho Saturno.
Uma concha de madrepérola agasalhou essa espuma (e lembra que o Fetiche de Iemanjá é uma concha marinha de madrepérola) servindo-lhe de abrigo e foi conduzida pelo mar até próximo à ilha de Chipre, onde se abriu, fazendo surgir Vênus.
Zéfiro, um dos oito ventos, entregou Vênus às mãos das Musas, que se encarregaram de criá-la e educá-la.
Vênus foi esposa de Vulcano, o feio e desajeitado deus ferreiro que vivia trabalhando na forja com seus medonhos auxiliares, os Ciclopes (gigantes fabulosos com um só olho na testa); Vulcano foi enganado de mil formas por sua belíssima e sensual esposa.
A aventura amorosa que a deusa do amor teve com Marte, foi a mais ruidosa do Olimpo.
Nos encontros entre ambos, Marte deixava de guarda Alectrião, seu favorito, que era muito preguiçoso.
Certa vez, Febo, também considerado como Apolo, o Sol, e que também amava Vênus, seguiu os dois apaixonados até seu esconderijo secreto. Tendo Alectrião adormecido, Febo pode espia-los de perto e, vendo o que sucedia, foi chamar Vulcano.
O marido ultrajado, apanhando os amantes em flagrante, envolveu-os numa rede poderosa e invisível e chamou todos os deuses para que testemunhassem o adultério.
Desse amor com Marte, Vênus teve um filho, Cupido (identificado na mitologia Afro, como Orugã, Orixá do amor) ou Eros, o deus do amor.
Percebendo os males que Cupido poderia causar, Júpiter pediu à Vênus que se desfizesse dele, mas ela não lhe obedeceu. Como Cupido estivesse condenado a ser sempre criança, enquanto não tivesse outro irmão, Vênus teve outro filho de Marte, Anteros, ou antiamor, aquele que transforma o amor em ódio.
Além de Cupido, Vênus foi também mãe dos amores, dos jogos e dos risos.
De seu amor com Baco, nasceu a divindade chamada Hímen, ou Himeneu.
A maior paixão que sentiu foi por Adónis, um mortal que era mais belo do que qualquer dos deuses. Por ele, Vênus fugiu do Olimpo, separou-se de seus companheiros e desdenhou da companhia dos deuses. Enciumado, Marte transformou-se num javali, atacou Adónis e matou-o.
Vênus, depois de chorar longamente, transformou Adónis em anêmona, flor de grande beleza e vida efêmera.
Netuno foi seu último esposo (identificado na mitologia Afro, como Obá - Olorum, Rei dos mares). A primeira lenda nos conta que Nereu, deus marinho muito antigo, filho do Oceano e de Tétis, casou-se com sua irmã gêmea, Dóris, que lhe deu cinqüenta (50) belíssimas filhas que foram chamadas Nereidas.
Netuno, o deus das águas, apaixonou-se por uma delas, Anfitrite. Netuno tinha seu palácio no fundo do mar, tinha cavalos com crina de ouro que puxavam seu carro por sobre as ondas, e não ostentava um tridente. Anfitrite, temendo a severidade do deus e os mistérios existentes nos profundos abismos, fugiu amedrontada.
Refugiou-se nos rochedos próximos ao Monte Atlas, mas lá foi encontrada por dois golfinhos que a persuadiram a aceitar o amor de Netuno.
Anfitrite deixou-se convencer e os dois peixes a levaram para junto do deus marinho que, agradecido, pediu à Júpiter, seu irmão, que os imortalizasse. Netuno e Anfitrite formaram um casal muito feliz e de sua união nasceram não só inúmeras Ninfas marinhas, como também o mais famoso dos divinos seres da água, Tristão. A outra lenda que é também muito difundida, conta que dois golfinhos salvaram a vida de Vênus e de seu filho, Cupido, quando ambos eram perseguidos pelo gigante Tifon, durante a guerra que Júpiter desencadeou contra os monstruosos gigantes.



IEMANJÁ MORA EM ABÉOKUTÁ



No Brasil, como todos sabem, Iemanjá é uma divindade extremamente popular. Para suas oferendas no mar, seus adeptos levam contas transparentes como cristais e braceletes de metal prateado. É simbolizada por seixos marinhos e coquinhos; quando se manifesta ela traz um leque (abebê) na mão, e os Iaôs imitam o movimento das ondas descendo e levantando o corpo.
Ela é recebida com o grito (saudação) "Odaia" no Nagô e "Odó-Fiaba" no Omolocô, a mãe das águas. Iemanjá mora em Abéokutá, na Nigéria, no rio Ogun, e é considerada a divindade das águas do mar.
Segundo alguns historiadores é a mãe de todos os Orixás. Nada pode existir sem água.
Ela tem a mesma função que Iôiê Moiô e Olokum na linha Ifé mas ela não necessita de um Orixá macho complementário.
Ela estaria na posição de Nanã Buruku no Adelê.
Assim diz a lenda que nos tempos antigos, quando faltava água, era porque Iemanjá estava deitada e dormia sobre seu lado esquerdo. Quando voltava da esquerda para a direita, as fontes jorravam água.
Ela simboliza a maternidade; as estatuas a representam como uma mulher grávida, as mãos sobre o ventre, com seios volumosos aos quais fazem alusão nos cânticos "Nossa Mãe de mamas chorosas" aos seus seios dos quais em algumas lendas, dizem ainda jorrar água.


Bibliografia:
TECNOLOGIA OCULTISTA DA UMBANDA DO BRASIL.
Tancredo da Silva Pint



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